No início era chama
Era refúgio a minha cama
Entregávamos-nos à vontade que ainda clama
Devaneios de quem ama
Envolvidos numa trama
Depois era catarse
mesmo que eu negasse
Temia que acabasse
que você também me amasse
ainda que assim eu desejasse
E então veio o verbo no presente
um cavalo de troia entregue na lua crescente
o alfa e o ômega gravados a ferro quente em suas ancas nossas iniciais permanentemente
Tornou-se um amor adoecido
de nós, tinha morrido
de promessas desguarnecido
tornou-se um sentimento desmerecido
e apareceu o rancor
traguei amor
embebida de melancolia e amargor
eu te esperando com a janela aberta e temor
jazia com o peito sangrador
E segui hemorrágica e chorei
fiz inúmeras ofertas e lhe dei
num último suspiro supliquei
nas tuas mentiras me deitei
E você tirou a roupa e a máscara
e eu vi tua cara
o desenho que fazia de ti, ó criatura rara
num lapso se rasgara
E no fim vi o que sabia desde o começo
meu camafeu feito com foto e cabelo
no teu pescoço virou adereço
você ria por tê-lo
O tempo passa no infinitivo e deriva
da minha alma ferida
que lamenta comedida
me julgo errada e precipitada
E além, lamurio o peso de ser desprezada
e abro no peito uma fenda encarnada
meto as unhas na errônea tentativa de ter a dor aliviada
de escoar o oceano em que estou afogada
Vanessa Dias
segunda-feira, 22 de junho de 2020
terça-feira, 9 de junho de 2020
Clique!
Numa encruzilhada me vi
Assombrada pelas minhas escolhas
E pela sombra de minhas memorias
Como que fosse uma cigana pronta para predizer meu destino
Tomou-me um fio de meus cabelos e o coseu na barra de sua saia
E girou como num círculo eterno de poeira e gargalhadas
Mirou meus olhos
E minhas mãos entre as suas tomou
Linhas e caminhos emaranhados numa bagunça espantosa
Sem um começo
Somente o fim é certo
E desperto manchada pelo batom vermelho
Sem saber o que ainda está por vir
Ali, numa roleta russa...
(Clique!)
Assombrada pelas minhas escolhas
E pela sombra de minhas memorias
Como que fosse uma cigana pronta para predizer meu destino
Tomou-me um fio de meus cabelos e o coseu na barra de sua saia
E girou como num círculo eterno de poeira e gargalhadas
Mirou meus olhos
E minhas mãos entre as suas tomou
Linhas e caminhos emaranhados numa bagunça espantosa
Sem um começo
Somente o fim é certo
E desperto manchada pelo batom vermelho
Sem saber o que ainda está por vir
Ali, numa roleta russa...
(Clique!)
segunda-feira, 1 de junho de 2020
Esse gosto agridoce que permanece em meus lábios
Enche-me de dor e pranto
Aquele beijo quebrou o encanto
Das ilusões que eu tinha
Sobraram apenas as meias palavras perdidas no teu discurso medíocre
Ouvi dizer que fui outrora motivo da sua alegria
Equivocada empunhei minha espada sem ver pelo que lutava
Fui abatida
As ruínas que deixou
Me servem agora de abrigo
Me escondo e brinco com a minha própria desgraça
Está em mim o vazio
Me vejo louca
Rouca de brado algum
De tudo aquilo que eu deveria te dizer
Vanessa Dias
Enche-me de dor e pranto
Aquele beijo quebrou o encanto
Das ilusões que eu tinha
Sobraram apenas as meias palavras perdidas no teu discurso medíocre
Ouvi dizer que fui outrora motivo da sua alegria
Equivocada empunhei minha espada sem ver pelo que lutava
Fui abatida
As ruínas que deixou
Me servem agora de abrigo
Me escondo e brinco com a minha própria desgraça
Está em mim o vazio
Me vejo louca
Rouca de brado algum
De tudo aquilo que eu deveria te dizer
Vanessa Dias
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