Me fiz poeta na tentativa de aliviar a dor que carrego
Como um corte num abscesso
Mas a carne e a alma estão inflamadas
Um edema rígido que me deixa em estado febril
E eu deliro
Imagino rios de água doce enquanto minha boca seca está amarga
Contraio-me na tortura de carregar em mim tanta mágoa
Desaguo e me afogo no lamento
Escrever já não é suficiente
Me desfiz, sou o nada
Vanessa Dias
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