sexta-feira, 5 de abril de 2019

Diga aos sobreviventes que a ajuda não virá
Diga a eles que a esperança está nas mãos
Daqueles que comprimem as feridas dos outros
E ninguém sabe que o mundo não nos quer vivos
Diga aos que dormem na nuvem da ignorância
Que o despertar vem no choro das crianças paridas sem vontade
Os protestos não as alimentará
Não as defenderá do estado
Já catatônico culpa o que se faz anônimo
Digam e levem também a voz às Madalenas que não se demorem a descobrir
Que o escuro do abrigo é ilusão
Que a chuva e o sereno lhes serão de mais valia
Pois não matam não se existe a vontade de se erguer do chão
Diga aos sobreviventes a olharem para o alto
Apenas não imergirem no lodo
Do engodo de quem os guiara à batalhas infundadas
gritem aos quatro ventos que exitem tormentos
Que existe o medo e a sabedoria de usá-lo para lutar até a exaustão
O mundo não nos quer vivos eu repito
Diga à ele
Que ouça atentamente o soar dos passos firmes
Há um levante
Erguem-se os estandartes dos marginais
E as vozes ecoarão no vazio absoluto da existência
Resistência
Digam aos ratos que o barco naufragara há muito
E não vai ter para onde correr
Olho por olho
Dente por dente
Tente!
Mas não vai nos deter

Vanessa Dias

Sua assinatura não pôde ser validada.
Você fez sua assinatura com sucesso.

Newsletter

Assine nossa newsletter e receba conteúdo exclusivo.

Usamos a Sendinblue como nossa plataforma de marketing. Ao clicar abaixo para enviar este formulário, você reconhece que as informações fornecidas por você serão transferidas para a Sendinblue para processamento, de acordo com o termos de uso deles