Os jardins da Babilônia estão mortos
Sepulcro das línguas enfurecidas
e amaldiçoadas
O bramir colérico foi silenciado
e os punhos já não se cerram
As bocas destentadas já não recitam a lei de Talião
As pálpebras fecharam-se e a luz dos olhos já não existe
Os santos debaixo de seus mantos abrigam-se
Escondem a virtude que sobrara
O mal do mundo é o animal bípede
Escarnecedor
Alimenta-se da desgraça alheia e finge compaixão pela dor
Junta um punhado de palavras mal ditas e em notória oratória promete salvação
Da alma
da calma
Da solidão
A terra de Canaã já sumiu do mapa
Em grandes jornadas caminhando para lugar algum nos perdemos de nós mesmos
E esperamos a felicidade como num sorteio
Número um!
70 vezes o sete
A fantasia de dias melhores nos promete
se aquiete que tudo finda
estrela da manhã
morra à míngua
Vanessa Dias