sábado, 30 de março de 2019

domingo, 3 de março de 2019

Torpor

Das muitas tristezas que vivi deixar você ir foi a mais intensa
Dolorosamente me entreguei à tua ausência
Fiz da tua memória um abrigo
Para onde fugia nas noites frias
Abraçada às palavras não ditas que me rasgavam
Sussurravam minha fraqueza
Torpor e veneno
Não me era permitido te esquecer
Meu navio fantasma
Que aportava em mim mas não tinha âncora

Vanessa Dias 
Quedou-se em silêncio como se soubesse que sua voz era minha razão de viver
Eu entendi
As coisas ainda que muito desejadas às vezes deixam de acontecer
E que o meu mundo de vazio tornou-se cheio de nada
Desesperada
Minha carne paralizada como que tomada pelo parasita da tristeza
Me tornei hospedeira
Das dores, dos amores que me feriram
E a minha alma agora enferma
me condena ao escuro
Habito esse lugar ermo
Onde ninguém jamais deveria pisar
Exílio daquele cujo crime foi amar
Injuro
Destilo todo o veneno que brotou no meu peito e o condeno a sentir o mesmo

Vanessa Dias

sábado, 2 de março de 2019

Caminho pela escuridão como quem conhece cada cômodo de sua casa
Habito em mim e me conforto na melancolia
Adorno minha cabeça com as tristezas passadas
Estou coroada
Triunfante nessa vida e nas demais que vierem
As lágrimas lavam minh'alma como chuva que beija o chão ressequido
Foi doído
Romantizo minhas chagas
As exibo como pinturas sacras
Eu vi a dor
Ela me beijou mansa
Marcou minha testa
Mácula
Um existência, uma vida
Não sairei sã
Não sairei viva

Vanessa Dias
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