A beira mar te esperei enquanto tu fincava tua cruz em outras terras
Com um colar de contas nas mãos eu via os dias passarem secos
No horizonte meus olhos procuravam tua nau
E eu imergia, afogava-me nas lembranças que me deixaste guardar em meu oceânico coração.
Nessa de colher o que se planta
Eu colho o que foi plantado por outro como eu Fruto pra encher o bucho de quem não plantou um alqueire desta terra de ninguém
Composta por carne osso e ódio
Range os dentes
E morde a canela da vida
Louca espuma pela boca
Espele versos uranicos
Eis a composição
Bela em sua forma e exagero
Palavras em demasia
Escorrem pelos lábios
Ambrosia
Mete o dedo na ferida
Quem lê queima
Sofre de azia
Vanessa Dias
sábado, 21 de janeiro de 2017
Ressaca do que não bebi
Um gosto amargo da boca que não beijei
Persiste
Frio e trêmulo
O corpo dói depois do amor
Que não existe
Eu te amei desde o momento em que te vi chorar
Amor de graça numa tarde cinza
Você na praça contava navios que partiam no teu marejar
Era domingo
E como se eu tirasse a sorte num realengo
Guardei teu rosto no bolso
E sempre que fecho os olhos me lembro
Sempre vou te amar