sábado, 10 de setembro de 2016

Mãe

Ser mãe 
Tarefa difícil
Tomar no colo  pequeno um mundo em construção 
Ser mãe é ser engenheira 
Fazer planos que edificam nós mesmas
E abrigam 
Ser mãe é ser professora de letras e língua 
Mater 
Tece sonhos, ainda que não sejam os seus
E cobre 
Com as mãos, com as asas
Em casa 
Madre 
Resposta pra tudo, ser mãe é divino
Padece e não tem paraíso 
E ter braço forte e mente sã 
Toda mãe é Antonieta 
Grita pelo pão, pela roupa, cadernos e canudos
Mãe não é assessorista
Apenas aponta a porta e chora 
O ninho vazio
Depois de ser Atlas a mamãe vira astronauta 
E olha de longe seu mundo 
Que gira em volta de si
E se sai de órbita, procura sua lua
E chega no domingo



Vanessa Dias


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Chega assobiando como quem não quer nada
Bagunça a  vida, a cama de madrugada.

Vanessa Dias

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Sobre Corvos, Ratos e um Fazendeiro

Certa vez um fazendeiro cansado de ter seu milharal saqueado por corvos decidiu tomar providências.
Resolveu então ele fazer rondas munido de uma espingarda, mas assim que virava as costas as aves enchiam a pança e gracejavam: -" Mas que tolo! Assim que ele vem nós nos escondemos e quando ele se vai nós comemos e comemos!"
O caso era que além de comilões os corvos eram egoístas e monopolizaram os cereais, visto que existiam por ali ratos que também adoravam milho e sempre estavam atentos ao menor vacilo do fazendeiro para também comê-lo. Acontece que sempre que se aproximavam os corvos gritavam e batiam as asas negras violentamente assustando os roedores.
Inconformados os ratos resolveram se reunir e pensar numa maneira de tirar os corvos dali.
Então fez-se uma assembléia.
Um rato gorducho de bigodes grossos elevou-se subindo numa tampa de garrafa e pediu a atenção dos demais: -" É inaceitável que isso continue acontecendo! Eles nos escorraçam como se fôssemos ratos! Comem tudo e ainda riem de nossas caras. Temos que tomar o que é nosso!"
Outro rato esguio sem entender muito o discurso do caro colega coçou a orelha esquerda e até pensou em debater mas ao olhar ao redor percebeu que a ratazanada estava fervorosa e preferiu se calar.
Eram muitos e representados por uma minoria sádica e falante não conseguiam chegar à um acordo a respeito do problema.
Uns diziam: -"Vamos matar os corvos!" outros iam mais longe; -"Vamos matar o fazendeiro!"
Era tamanha a confusão que ao final não sabiam mais por qual motivo estavam ali reunidos.
E os corvos continuavam a comer todo o milho, enxotando os ratos e rindo da cara do fazendeiro que depois de muitos dias resolveu esperar a estação acabar e capim plantar esperando talvez que os corvos se fossem e o vizinho prendesse bem suas vacas.




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